domingo, 22 de junho de 2014

CONCEPÇÕES A RESPEITO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA

Desde a década de 80 estudiosos se debruçarem em produções teóricas e pesquisa relacionada à Matemática Moderna, movimento que segundo Batistella (2009) deu origem ao que hoje denominamos de Educação Matemática, no mesmo texto a autora diferencia a Educação matemática do Ensino de Matemática por conceber a mesma como meio de chegar aos resultados almejados, enquanto o Ensino de Matemática compreende que o ensino da matemática é o ensino dos conteúdos aos alunos. O Ensino de Matemática mantém um perfil tradicionalista de ensino, firmando-se em aulas expositivas, exercícios resolvidos e a reprodução destes modelos nas atividades, testes e provas.
Não era transmitida uma matemática para compreensão, muitos dos professores da disciplina não tinham formação na área, tendo apenas habilidades básicas, limitando a ensinar apenas aquilo que sabiam, alimentando a idéia de que a matemática não é para todos. O resultado desta triste realidade é o que temos hoje uma geração que não compreende e consequentemente não valoriza a matemática, nem aquele que se dispõe a ministrar aulas desta disciplina.
Neste contexto a matemática se torna mecanismo de poder onde, que detém este saber manipula informações, leva vantagens em negociações, dissemina falsas informações com respeito a determinado tema manipulando a opinião de grupos sociais que são desprovidos dos saberes matemáticos.

“Nossos professores de matemática eram rígidos, e utilizavam de palmatória e outras formas de castigos para nos fazer aprender matemática. Ai de nós se chegássemos ao final do ano e não soubéssemos as quatro operações, a tabuada, as frações ordinárias e decimais...” Jorge Rocha, 65 anos

Na década de 40 os professores não tinham formação para estar em sala de aula, bastava ter concluído o colegial ou estar no ginásio para ser convidado a lecionar à crianças do ensino primário ou aos jovens e adultos. Por não ter formação, muitos a maioria destes professores produziam uma aprendizagem superficial, e a disciplina com base em métodos agressivos, o fazer matemático não passava da ação mecânica de reproduzir exercícios discutidos em sala e aplicar fórmulas de origem não compreendida pelos alunos, e quem se ousava a questionar? O professor era o detentor de todo saber, enquanto o aluno era mero depositório deste saber.
Com o advento do movimento escolanovista, o debate no meio acadêmico tomou novos rumos, porém pouquíssimos educadores tinham acesso aos bancos da universidade, logo antes deste novo pensar chegar por completo ao âmbito escolar, foi barrado pelo governo ditatorial instituído por Vargas, temos novamente uma escola cujo foco deixa de o ser humano e sua capacidade de produção para atender às necessidades da indústria brasileira, o paradigma curricular americano é instituído no Brasil, e foco era preparar para o mundo do trabalho e não para o exercício da cidadania.
Mediante a pesquisa foi constatado que ente pessoas com idade acima de 20 anos tinham professores extremamente imponentes, tradicionais que mantinham pouco diálogo com os alunos, eram vistos como os “donos” do conhecimento. “Meus professores eram extremamente exigentes principalmente os do 2º grau, a gente a aprendia por medo ser reprovado por que a cobrança era muito grande” (Lauria Schweig,, 40 anos)
No entanto esse perfil profissional tem sofrido mudanças, desde a época do movimento da matemática moderna aos dias atuais tem-se discutido sobre uma matemática que vai além do fim em si mesma chegando ao nível de elaboração dos PCN’s onde fica evidente um ensino desta disciplina direcionado para aquisição de competências básicas pelo cidadão e não apenas voltada para preparação para estudos posteriores.
Dentre os entrevistados foi detectado que 100% destes mantinham um bom relacionamento com o professor de matemática, vendo-o como uma pessoa admirável, alguns chegaram a relatar que se tratava de um profissional com inteligência superior aos demais.
Os professores de matemática pós-modernos vivenciam uma maior influência da educação matemática, desde sua formação inicial universitária a atuação prática, pois os cursos voltados para formação continuada destes professores tercem o seu diálogo sob as teorias produzidas pela educação matemática, Apresentando indagações sobre as formas de avaliação, abordagem metodológica, organização curricular, interdisciplinaridade e formação para cidadania.
“Gosto muito de meu professor de matemática, pois ele explica tudo muito bem, sua forma de explicar deixa o conteúdo mais fácil.” (Mariana Dantas, 15 anos)
A entrevistada expõe características do professor de matemática contemporâneo, aquele que busca inovar suas práticas de ensino e envolve-se na busca de manter um relacionamento coerente e mais próximo com seus alunos.
Fica evidente que este profissional está diante de um paradigma educacional, que concebe o educando como um ser dinâmico, crítico e produtivo, e o professor como mediador entre as informações e experiências que estes alunos absorvem da sociedade contemporânea e a formação de saberes sistematizados pelos currículos escolares, o educador se torna agente de libertação tecendo competências e habilidades para uma formação cidadã, assumindo um papel sóciopolítico que exige que exige deste profissional criatividade, senso crítico informatividade e ação.


Referências Bibliográficas
BATISTELA, Rosimeire de Fátima. Formação de professores de matemática. Curso UNEB EAD – Licenciatura em Matemática – Universidade Aberta do Brasil. Salvador. 2009.
CARRETONI, Maria L. Zamarion et AL. Iniciação Matemática. Campinas: UNICAMP, 1986. v.I.

D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação Matemática: Da Teoria à Prática. Campinas, São Paulo: Papirus, 14ª Ed. 2007.

FRARE, José Luiz. “Eu Detesto Matemática”. Revista Nova escola. Editora Abril. São Paulo. Maio/1990

MIORIM, Maria Ângela. Introdução à história da educação matemática. São Paulo: Atual,1998.

PAIS, Luis Carlos. Ensinar e Aprender Matemática. Belo Horizonte: Autêntica,
LINS, Rômulo Campos. Perspectivas em Educação Matemática. SBEM. 2007.

PONTE, J. P. A investigação sobre o professor de Matemática: problemas e perspectivas. Disponível em: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/jponte/artigos_pt.htm. Acessado em 11 de janeiro de 2008.

SOVERAL, Arnaldo. Práticas de ensino. Revista Pedagógica Brasileira. (s/d)

PACCA, Jesuína L. A.; ZUFFI, Edna M. Sobre funções e a linguagem matemática de professores do ensino médio. Zetetiké, Campinas, v.8,n. 13/14, p. 7-28, jan/dez. 2000.

Vídeo: O Homem que Calculava

Malba Tahan



Malba Tahan




Júlio César de Melo e Sousa (Rio de Janeiro, 6 de maio de 1895 — Recife, 18 de junho de 1974), mais conhecido pelo heterônimo de Malba Tahan (Ali Iezid Izz-Edim Ibn Salim Hank Malba Tahan), foi um escritor e matemático brasileiro. Através de seus romances foi um dos maiores divulgadores da matemática no Brasil.
Ele é famoso no Brasil e no exterior por seus livros de recreação matemática e fábulas e lendas passadas no Oriente, muitas delas publicadas sob o heterônimo/pseudônimo de Malba Tahan. Seu livro mais conhecido, O Homem que Calculava, é uma coleção de problemas e curiosidades matemáticas apresentada sob a forma de narrativa das aventuras de um calculista persa à maneira dos contos de Mil e Uma Noites. Monteiro Lobato classificou-a como: “...obra que ficará a salvo das vassouradas do Tempo como a melhor expressão do binômio ‘ciência-imaginação.’”
Júlio César, como professor de matemática, destacou-se por ser um acerbo crítico das es-truturas ultrapassadas de ensino. “O professor de Matemática em geral é um sádico — denun-ciava ele. Ele sente prazer em complicar tudo.” Com concepções muito a frente de seu tempo, somente nos dias de hoje Júlio César começa a ter o reconhecimento de sua importância como educador. Em 2004 foi fundado em Queluz — terra onde o escritor passou sua infância — o Instituto Malba Tahan, com o objetivo de fomentar, resgatar e preservar a memória e o legado de Júlio César. Em homenagem a Malba Tahan, o dia de seu nascimento — 6 de maio — foi decretado Dia da Matemática pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.

Biografia

Juventude



Júlio César nasceu na cidade do Rio de Janeiro, mas viveu quase toda a infância na cidade paulista de Queluz. Seu pai João de Deus de Melo e Sousa e sua mãe Carolina Carlos de Melo e Sousa tinham uma renda familiar apenas suficiente para criar os oito filhos do casal. Quando criança, já dava mos-tras de sua personalidade original e imagina-tiva. Gostava de criar sapos (chegou a ter 50 deles no quintal de sua casa) e já escrevia histórias com personagens de nomes absur-dos como Mardukbarian, Protocholóski ou Orônsio. Em 1905, retornou ao Rio de Janei-ro para estudar. Cursou o Colégio Militar e o Colégio Pedro II. A partir de 1913, passou a freqüentar o curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica.

A carreira de escritor



Em 1918, Júlio César passou a colaborar no jornal O Imparcial, onde publicou seus primeiros contos com o pseudônimo R. S. Slade. Nos anos seguintes, o jovem escritor estudou a fundo todos os aspectos da cultura árabe e da oriental. Em 1925, propôs a Irineu Marinho, dono do jornal carioca A Noite, uma série de “contos de mil e uma noites”. Surgia aí o escritor fictício Malba Tahan, que assi-nava os contos que foram publicados com comentários do igualmente fictício Prof. Bre-no de Alencar Bianco. Seu pseudônimo tornou-se tão famoso que o então Presidente Getúlio Vargas concedeu uma permissão para que o nome aparecesse estampado em sua carteira de identidade. Até o fim da vida, Júlio César escreveu e publicou livros de ficção, recreação e curiosidades matemáti-cas, didáticos e sobre educação, com seu nome verdadeiro ou com o ilustre pseudôni-mo.

A carreira de professor



Paralelamente à carreira de escritor, Júlio César dedicou-se ao magistério. Graduou-se como engenheiro civil na Escola Politécnica e como professor na Escola Normal. Deu aulas no Colégio Pedro II e na Escola Nor-mal, lecionando diversas matérias como his-tória, geografia e física, até se fixar no ensino de matemática. Ensinou também no Instituto de Educação e na Escola Nacional de Edu-cação. Além das aulas, Júlio César proferiu mais de 2000 palestras por todo o Brasil e em algumas localidades do exterior. Ficou célebre por sua técnica de contar histórias e por sua atuação inovadora como professor. Suas aulas eram agitadas e interessantes, sempre repletas de curiosidades que atraiam a atenção dos estudantes.

Outras atividades



Júlio César foi um enérgico militante pela causa dos hansenianos. Por mais de 10 anos editou a revista Damião, que combatia o preconceito e apoiava a humanização do tratamento e a reincorporação dos ex-enfermos à vida social. Deixou, em seu tes-tamento, uma mensagem de apoio aos hansenianos para ser lida em seu funeral.

Falecimento



Júlio César faleceu em 18 de junho de 1974 de ataque cardíaco em seu quarto de hotel, após uma palestra proferida no Recife. Deixou uma série de instruções para seu sepultamento: além da mensagem que devia ser lida, exigiu caixão de terceira classe, flores anônimas, nada de coroas, nada de luto nem discursos.

Biografia de Malba Tahan




Ao criar seu pseudônimo, Júlio César criou também um personagem: Malba Tahan. Este escritor, cujo nome completo seria Ali Yezid Izz-Eddin Ibn Salim Hank Malba Tahan, teria nas-cido na aldeia de Muzalit, próximo a Meca, a 6 de maio de 1885. Teria feito seus estudos no Cairo (Egito) e Istambul (Turquia). Após a morte de seu pai, teria recebido vultosa herança e viajado pela China, Japão, Rússia e Índia, onde teria observado e aprendido os costumes e lendas desses povos. Teria estado, por um tempo, vivendo no Brasil. Teria morrido em batalha em 1921 na Arábia Central, lutando pela liberdade de uma minoria local. Seus livros teriam sido escritos originalmente em árabe e traduzidos para o português pelo também fictício Professor Breno Alencar Bianco.

Obras


Júlio César escreveu ao longo de sua vida cerca de 120 livros de matemática recreativa, di-dática da matemática, história da matemática e ficção infanto-juvenil, tendo publicado com seu nome verdadeiro ou sob pseudônimo. Abaixo, uma lista de seus títulos mais relevantes:


• Contos de Malba Tahan (contos)
• Amor de Beduíno (contos)
• Lendas do Deserto (contos)
• Lendas do Oásis (contos)
• Lendas do Céu e da Terra (contos)
• Maktub! (contos)
• Minha Vida Querida (contos)
• O Homem que Calculava (romance)
• Matemática Divertida e Delirante (recreação matemática)
• A Arte de Ler e Contar Histórias (educação)
• Aventuras do Rei Baribê (romance)
• A Sombra do Arco-Íris (romance)
• A Caixa do Futuro (romance)
• O Céu de Allah (contos)
• Lendas do Povo de Deus (contos)
• A Estrela dos Reis Magos (contos)
• Mil Histórias Sem Fim (contos)
• Matemática Divertida e Curiosa (recreação matemática)
• Novas Lendas Orientais (contos)
• Salim, o Mágico (romance)
• Diabruras da Matemática (recreação matemática)



Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%BAlio_C%C3%A9sar_de_Melo_e_Sousa

segunda-feira, 16 de junho de 2014

...Matemática pode servir como "poder para alguém"agindo como um instrumento de controle social, pois afinal, os números governam o mundo, decisões são tomadas apartir de fórmulas, de cálculos, de estistícas, planejamentos de governo são decididos através da matemática, decisões estas que afetam as vidas de todos aqueles que a elas se submetem.

Jonei Cerqueira Barbosa , citado em http//adelaidecorado.zip.net.